Pôr da lua sobre às águas do golfo.
Caminho de luz, estrada do mais puro ouro, cintilar das estrelas refletindo nas águas claras.
Tarde noite.
Tudo escuro no fecundo noturno dos arredores.
Mas o mar vagante torna-se brilhante ao engolir a lua.
Ela cresce, cresce se arredonda.
Brilha, brilha cheia.
Brinca com o horizonte.
Solta um sorriso, branco, prata, polido.
Seu rastro iluminado atravessa as águas fundas, chega até a areia úmida e límpida da praia deserta.
Encontra a nossa presença quieta e em deleite a recebemos.
A lua derrama seu puro leite sobre nós.
Tudo de repente alcança vivo brilho.
E enquanto dança, a lua se esvai, escorrega galopante no além.
O mar permanece impávido.
O mar do golfo. O mar das gaivotas e golfinhos, que agora sem a lua, sozinho respira e descansa.
A noite prossegue.
As estrelas, elétricas, se permitem mais luz, mais purpurina.
Escuro esculpido de gestos.
Termina o espetáculo.
O pôr da lua na madrugada nua sobre as águas mornas do Golfo do México. Inédito sofregar que todos deveriam experimentar.
Sandra Rodrigues.
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