Tão singelo é libertar lembranças
deixá-las ir como pombas brancas,
evadindo-se em céu de azul sem fim.
Mais que o próprio sim.
E tão profundo é o construir:
movimento brusco e brando,
andorinhas em bando,
bailando certas
sobre seus quentes ninhos,
alimentando suas crias,
Sobrevivência e alegoria.
Mais que verso ou prosa
mais que existência,
asas, espinhos ou rosas.
Belo também é o relembrar:
gaivota pairando sobre o quebra-mar
Ao fim de tarde,
colorido de pincéis rubro-anis em doce alarde.
É tão viril.
mais que ávida ferida,
Que a retomada de fôlego
Do náufrago esvairido
resgatando a força perdida.
E tão poderoso é o recomeçar:
pomba, andorinha e gaivota
na conquista do além mar: Mais que grito,
mais que essência,
mais que o próprio amar.
Sandra Lira Rodrigues
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